Juntei-os aos montes pela vida
E eu mesmo os perdi
Nem sei em que canto foi
Que canto meu que foi
Que os fez partir
Nem sei se foram os mesmos velhos papos
Que eu não tinha mais saco
pra ouvir
Se meus papos eram velhos
Que ninguém quis ouvir
Amigos meus
Eu os perdi aos montes
Alguns nem duraram horas
Que a dose de veneno e fel
Foi alta demais pra quem esperava
Pelo menos
Um pouco de mel
Chegar aqui
Olhar pra trás
Ver a casa vazia de amigos
Ver a vida vazia
Onde foi que me perdi?
Nem quis ficar mais tantas horas no mesmo bar
Me soterrar em garrafas vazias de cerveja
Escrever poesias incompreensíveis em pedaços de papéis
Guardanapos
Letras indecifráveis
Idéias maravilhosas
Que a ressaca revelava horríveis
Dores de cabeça
Papos cabeça
Que nem tive mais saco de escutar
(E falar e falar e falar)
Papos fálicos!
Falhei
Em algum ponto que
(confesso)
Não sei
Amigos meus
Perdi aos montes
Que amizade a gente rega todo dia
(E moderadamente)
Como dizia algum profeta
Das mesas de bar
Eu não tinha mais saco pra escutar!
btu, 27/03/2009, 21:30