30 de nov. de 2008

Maldita

A palavra
.....depois de dita
.....não retorna
E não há palavra
.....que se diga
.....depois da palavra dita
.....que contorna o efeito
da palavra mal dita
.


16.09.08

17 de nov. de 2008

PELOS

olhava nos teus olhos
e via brilhos
luzes
via desejos escondidos
via outros
às claras
em teus ouvidos
sussurava sons calientes
encostava meus dentes
e escutava teus sons
em meus ouvidos
gemidos
afagava teus cabelos
enrolava meus dedos em teus cachos
me perdia
em meio aos teus pelos
teus apelos

15 de nov. de 2008

Fragmentos Vagos Pensamentos

Não sei mais se um dia tudo terminará
ou se tudo continuará em outro lugar.
Nunca soube.
Pelo menos não me lembro de ter sabido
e ter esquecido em algum canto empoeirado da casa.
Não me lembro nem do primeiro beijo.
Nem sei quando foi que aconteceu o primeiro desejo.
As coisas acontecem naturalmente
E naturalmente a gente esquece de algumas coisas.
Não me esqueço de momentos que me deixaram repleto de vergonha
muito embora
alguns desses momentos tenham acontecido por absoluta falta de....

Como poderia resistir àquelas lindas e roliças coxas que ela esfregava na minha enquanto o que rolava na mesa era só um buraco?
Jogo de cartas, esclareço!
Me lembro das coxas como se agora fosse. Me lembro que não resisti e que,
surpreso, descobri que tudo tinha sido casual... da parte dela!
O que rolou, não importa. Importa as coxas roliças.
Ah! me lembro das coxas e da pele morena...
e acho melhor não imaginar como anda hoje a dona
porque embaixo da ponte foram mais de trinta anos de águas passadas.

E o tempo é inexorável.
Pra alguns mais inexorável do que para outros.
Na dúvida, sigo escutando Pixinguinha
e achando que é assim que devemos tocar a vida: na flauta!



*******


Cora!, Coralina.
Se a vergonha é imensa, cora!
Senão a palavra te devora
e não demora
pra que um rio leve tudo embora.
Tuas poesias, tuas prosas na calçada
na noitinha de verão
lua cheia
o céu repleto de estrelas como hoje não se vê mais.
Elas
as estrelas
ainda estão lá.
O horizonte é que anda curto,
as noites é que andam claras
e não enxergamos mais nada além do nariz
ou além da luz do poste da esquina.
Nem sequer colocamos o nariz pra fora
por medo do que anda nas ruas.
Nossa vida ficou mesmo
muito diminuta.
Pessoa, confessa, nem sequer sabia que iria ficar tanto assim!

1 de nov. de 2008

Outras flores

Já nem sei mais os amores que perdi por aí
nem sei se isso me importa.
Não sou de ficar contando as pétalas que caem no caminho
Nem consigo voltar atrás para rever algo que vi de relance
Não entro nesse transe
Nem sei quantos dias se passaram por aqui
Não sou de ficar mais olhando a hora passar
Olho o tempo lá fora
Olho o sol
Olho o girasssol que o acompanha
E agradeço pela companhia.

Por certo não estou mais aí para perder nada.
Já perdi grana já perdi os dentes
Por isso meus cabelos longos
Por isso meus cabelos brancos
Fico triste quando termina o dia
E percebo que o tempo passou e eu não.
É!
Que bom que amanhã existe
Outras flores, outras chances

Bom dia!