15 de nov. de 2008

Fragmentos Vagos Pensamentos

Não sei mais se um dia tudo terminará
ou se tudo continuará em outro lugar.
Nunca soube.
Pelo menos não me lembro de ter sabido
e ter esquecido em algum canto empoeirado da casa.
Não me lembro nem do primeiro beijo.
Nem sei quando foi que aconteceu o primeiro desejo.
As coisas acontecem naturalmente
E naturalmente a gente esquece de algumas coisas.
Não me esqueço de momentos que me deixaram repleto de vergonha
muito embora
alguns desses momentos tenham acontecido por absoluta falta de....

Como poderia resistir àquelas lindas e roliças coxas que ela esfregava na minha enquanto o que rolava na mesa era só um buraco?
Jogo de cartas, esclareço!
Me lembro das coxas como se agora fosse. Me lembro que não resisti e que,
surpreso, descobri que tudo tinha sido casual... da parte dela!
O que rolou, não importa. Importa as coxas roliças.
Ah! me lembro das coxas e da pele morena...
e acho melhor não imaginar como anda hoje a dona
porque embaixo da ponte foram mais de trinta anos de águas passadas.

E o tempo é inexorável.
Pra alguns mais inexorável do que para outros.
Na dúvida, sigo escutando Pixinguinha
e achando que é assim que devemos tocar a vida: na flauta!



*******


Cora!, Coralina.
Se a vergonha é imensa, cora!
Senão a palavra te devora
e não demora
pra que um rio leve tudo embora.
Tuas poesias, tuas prosas na calçada
na noitinha de verão
lua cheia
o céu repleto de estrelas como hoje não se vê mais.
Elas
as estrelas
ainda estão lá.
O horizonte é que anda curto,
as noites é que andam claras
e não enxergamos mais nada além do nariz
ou além da luz do poste da esquina.
Nem sequer colocamos o nariz pra fora
por medo do que anda nas ruas.
Nossa vida ficou mesmo
muito diminuta.
Pessoa, confessa, nem sequer sabia que iria ficar tanto assim!

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