20 de jun. de 2009

Poesias

Não meço as palavras
não as enquadro dentro da métrica dos versos
não escrevo versos
Não burilo as palavras
não fico pensando em cada uma como se fosse única
eu as escrevo
Mas não escrevo versos
Não penso, não meço
Não suo uma gota de suor
para que as palavras encontrem seu lugar exato
nas poesias poemas contos frases dilemas
escrevo sem pensar
mas não escrevo versos
Se uso da forma que remete à poesias
que me perdoem os poetas
não os queria ofender
nem copiar
nem desmerecer
escrevo porque preciso e nem sei porque isso
escrevo
mas não escrevo poesias


Al Jarreau

Na vitrola toca Al Jarreau
E eu nem sei quem é
Quem foi que indicou
Acho que foi o Zé
Sei lá, não sei quem foi
Misturo os sons
Sem dar nome aos bois
Acho uns ruins outros bons
Mas escuto tudo à minha volta
Tirando Travolta
Na mão carrego a minolta
e eu nem sei usá-la
fotografo gravo tudo que vejo
meu olhar teu desejo
Sem causar revolta
só querendo prová-la
é tudo que almejo!


O Nada

Não sei porque queremos
que tudo tenha começo.
Começo do mundo
Começo da vida
Começo do universo
Começo de Deus
Mas se acreditamos que o infinito existe
porque querer encontrar o começo?
Se não existe fim
não existe princípio
não existe meio
Se tudo sempre existiu
não existe quem criou
Não existe criador
nem existe criatura.
Só existe o nada!

?

De onde surgiu o universo?
O verso único?
Da cabeça de um poeta?
Da cabeça de Deus?
De onde surgiu Deus?
Da cabeça de um poeta?
De que canto do universo?



10 de jun. de 2009

O CERTO, O ERRADO

O que está certo?

O que está errado?

Na rua ninguém olha na cara

O cara escarra na rua e olha

No imenso out door

A mulher toda nua

Que vende seu corpo

Como se fosse perfeito

Um corpo fotoshopado

O cara não sabe

Mas a deseja de forma tão intensa

Que quando encontra uma pobre coitada

No mato  a coita açoita

a menina pobre

A menina rica

A mulher inalcançável

 

Nada está certo

No futebol negociatas

Se tornam seleções

Negócios escusos se fazem nas bahamas

Tudo regado a scotch

E a gente na brahma

Acha tudo bacana

E torce e briga e mata

Sofre por nada

Nada merece tudo isso

 

O coração em cacos

Nos achamos donos de tudo

Carros último tipo

Casas de alto luxo

Grana, vinhos, viagens, mulheres

Sexo, drogas (porque não?)

Se tudo podemos

Se nada é impossível

Se tudo é raro prazer

Se sabemos o que queremos

Tubarões

Devoramos o que se põe à nossa frente

Sem reflexões

Sem perdão

 

Nos encontramos em algum lugar

Sozinhos

Repletos de danos em nossa própria solidão

Vergonhas escondidas

Roubamos hoje o que o outro roubava ontem

E achávamos errado

A gente condena os erros alheios

E nos refastelamos nos nossos

Somos perfeitos

Idiotas

 a vagar e cagar nesse mundão de meu Deus.

A gente ainda pagará caro por tudo isso.

O que está certo?

O que está errado?



8 de jun. de 2009

Atos! Aposto-los!

Ato I

Pontos de vista são assim:
Você tem os teus
e eu com isso?
Nem cheiro nem fede
O que me acomete
Não é problema meu
Assim...

Ato II

Enquanto você dormia
eu sonhava
enquanto você sorria
eu chorava
enquanto você fazia
eu pensava
enquanto você comia
me drogava
Você se despia
eu me masturbava
Você fingia
e eu gozava
Enquanto você ia
eu voltava
enquanto você lia
eu cantava
Você não sei o que fazia...
Eu poetava

Eu mando tudo as favas!
 

7 de jun. de 2009

Epitáfios

Sempre fui fã de Sá Rodrix e Guarabyra.
Em determinado momento da minha vida, fui fã demais. Mas aí já era Sá e Guarabyra.
Agora, Rodrix já era!
Sem querer encontrar, acabei encontrando um texto atribuído ao Zé Rodrix num outro blog: De Tudo um Pouco (http://musicararafazcil.blogspot.com).
Achei uma porrada e acho que devo compartilhá-lo(a) com vocês. O texto, a porrada.
Aí vai:
"Data: Qua Jun 2, 2004 7:34 pm

Assunto: Re: [M-Música] . Re: [M-Música] . Re: Paul McCartney - (era:
Rock in Rio Lisboa...)

Felipe:
Em resposta a seu completissimo questionario passo-lhe às mãos minhas
especificações para passamento e eventual necrologio.
Há alguns anos, gostaria de ter a causa-mortis preferida de meu pai:
assassinado aos 98 anos de idade com um tiro dado por um marido ciumento que o
tivesse pego em pleno ato... mas hoje nao mais. Pode ser de fulminante ataque
cardiaco, dentro da minha biblioteca, perto o suficiente da familia e dos
amigos mas afastado o bastante para que, alertados pelos cachorros da casa,
ja me encontrem morto, com um sorriso nos labios.
Pode sepultar-me em pleno mar, sob a forma de cinzas, ja que nao poderei
ser sepultado in totum no jardim da minha casa. Se conseguirem isso, no
entanto, que nao cobrem entradas para visitação, à moda do irmão da princesa:
deixem que alem das pessoas os passarinhos e os animais da casa se refestelem
no lugar, renovando diariamente o eterno ciclo da Natureza.
Ao enterro devem, atraves de convite formal, comparecer todos que foram
aos meus lançåmentos de livro: nada mais parecido com um velorio do que isso.
Peço parcimonia nos efluvios emocionais: já as risadas devem ser francas e sem
limite. Creio inclusive que prepararei com antecedencia uma fita de piadas
gravadas para animar o velorio e manter o pessoal na boa. Como dizia o Bozo,
"sempre rir, sempre rir...."
La so deixarei a mim mesmo: mesmo os inimigos que comparecerem para ter
certeza de que estou realmente morto podem voltar para casa em paz. Nao
pretendo puxar a perna de ninguem à noite e nem assombra-los depois de morto.
Já os amigos podem contar comigo: havendo vida após a morte, volto para
avisar, da maneira mais pratica e menos assustadora que me for possivel. A
cremação deve ser feita depois que todos forem embora cuidar de seus proprios
afazeres: enfrentar as chamas do forno terrestre ja será um gardne introito
para a vida eterna.
Se conseguir, tentarei ser crooner da grande Orquestra de Jazz do
Inferno, vulgarmente chamada de SATANAZZ ALL-STARS: como ja vou chegar la
tenente ou capitão, dada a minha imensa taxa de maldades realizadas sobre a
Terra, creio que nao será dificil. Meu castigo certamente será cantar MPBdQ
por toda a eternidade, mas mesmo com isso ainda se pode encontrar algum
prazer, assim na terra como no inferno....é o que veremos a seguir.
No enterro podem tocar de tudo, menos as musicas que eu tenha feito. Mnha
morte servirá certamente para que se livrem nao apenas de mim mas tambem de
minhas obras. Os herdeiros tambem nao merecem ouvi-las, sabendo que nada
herdarão de minha lavra, porque, sendo eu adepto da politica do VAI TRABALHAR,
VAGABUNDO, como meu pai fez comigo, ja tomei providencias para que essas
musicas nao lhes rendam nem um tostão furado. Sendo um velorio moderno,
recomendo musicas de carnaval antigo, as indiscutiveis, claro, com algumas
discretas serpentinas e confetes jogadas sobre o caixão, fechado,
naturalmente.
Morrer num Sabado à tarde, ser enterrado num Domingo antes do almoço, e
estar completamente esquecido na manhã de Segunda, sem atrapalhar a vida
profissional de ninguem: eis a perfeição que desejo na minha morte.
Muito grato.
beijos
Z"

É isso.

Tiau-lho. Fui-me.

Cartas... emeios... escritos!

Não escrevo cartas.
Tampouco escrevo emeios.
Ninguém mais lê as cartas
e ninguém quer ler emeios.
As pessoas lhe perguntam como está
Mas não estão nem aí pras respostas.
Pelo contrário:
Não as querem ouvir.
Chato é aquele que responde como está.
Porque só responde quem precisa
De uma palavra de carinho
Um conforto
Um ombro pra chorar.
Aí, é chato. O chato.
Ninguém quer ser solidário.
Só se não der trabalho,
se não correr riscos.
Só se for nas horas de folga.
Só se for quando possível.
Só se for nunca.
Mas que fique registrado:
Se for possível, serei solidário
Com o amigo chato que quer contar como está mal
como precisa de ajuda
como quer ser ouvido.
Se possível, serei solidário
com os perdidos no mundo das drogas
com os viciados
com os alcoólicos narcóticos anônimos
comigo mesmo.
Se possível serei solidário
com as crianças que correm soltas pelas ruas
e que desde sempre aprendem a roubar
matar
matar e roubar
roubar e matar
Coisas que detesto
se acontecerem comigo.
Se for com os outros, não é problema meu.
Se possível serei solidário
com os famintos
com os paupérrimos
com os desempregados
com os loucos
com os muitos que não têm o pouco que tenho.
Desde que
não invadam  minha privacidade.
Minha vida
Minha cidade.
E que não tomem
em demasia
Meu tempo.
Minha asia volta e serei solidário
Afinal
Comigo mesmo.
É o que me importa!

Misturanças

Tempos atrás me meti num outro projeto "broguiano" voltado à música  (já que essa me move por caminhos estranhos e me faz acordar e viver e dormir pensando nela (não pensem que não pratico outras coisas - sexo, por exemplo - que hoje até isso se faz de maneira virtual), pois é, a música que me faz viver...).
É um blog - ao mesmo tempo que já era, já que não o atualizo mais - que, embora ainda existente, perdeu o sentido. A tal da música tem sido cada vez mais difundida na internet. Eu, particularmente, acho que esse é o caminho que muita gente boa tem pra se tornar um pouco conhecido. Único caminho, diga-se. E a internet tem sido alvo de ataques dos gananciosos de plantão que não entendem essa faceta divulgadora e vêem nela somente seu lado pirata. E por receio de ser confundido com pirata, embora concorde com eles e ache que é isso mesmo que tem que acontecer, fiz aquele blog com acesso restrito.
Assim, esse blog permitia o acesso de poucos amigos. Acabou tendo poucos acessos. Quase nenhum, na verdade. E, por absoluta falta de ibope, perdi o tesão de fazê-lo. Fazê-lo para quem? Precisava da audiência para que me sentisse motivado a continuar procurando sons a apresentar à moçada.
Não sei o motivo da pouca procura. Algumas pessoas se deliciaram com o conteúdo - foram palavras que usaram - mas, ao mesmo tempo não acessavam. Julguei, então, que estavam sendo educadas, já que não acessavam - e eu usava métodos de controle de acesso, daí podia saber se o blog era efetivamente acessado ou não.
Aí, pensei (fedeu!?): o Brogrado não tá nem aí para essa coisa de audiência. Acessa quem quer. Se acessarem e gostarem e quiserem comentar, eu agradeço e gosto muito. Mas se não deixarem comentários ou não acessarem, tá bom também.
Faço o Brogado por questões pessoais. Gosto de escrever, preciso disso como preciso da música. Ser visto, ouvido, comentado, isso é outra história. E não é necessidade.
Talvez algum psicólogo, psiquiatra, analista, ou outro porra qualquer desses queira fazer alguma análise ou já a tenha pré concebida em algum banco de faculdade. Entroxem-na nos seus devidos buracos.
Faço o Brogado porque gosto. Se outros poucos ou muitos gostarem, fico muito, muito, muito satisfeito. Mas se não houver essa manifestação, também me satisfaço. É como uma punheta - o sexo solitário. É bom pra caramba. Se for a dois, melhor...
Então, resolvi incluir no meio do Brogado esses meus achados musicais. Misturar o outro blog, o TPM -Tarados Por Música, com este blog. Na verdade, o Brogado já teve isso, com posts intitulados "Amantes da Música". Daí veio o projeto "TPM - Tarados Por Música". E agora voltamos a origem: o Brogado com posts que levarão o nome de "TPM...". Vamos ver o que vira...
E o que virá!

Tiau-lho!