7 de jun. de 2009

Cartas... emeios... escritos!

Não escrevo cartas.
Tampouco escrevo emeios.
Ninguém mais lê as cartas
e ninguém quer ler emeios.
As pessoas lhe perguntam como está
Mas não estão nem aí pras respostas.
Pelo contrário:
Não as querem ouvir.
Chato é aquele que responde como está.
Porque só responde quem precisa
De uma palavra de carinho
Um conforto
Um ombro pra chorar.
Aí, é chato. O chato.
Ninguém quer ser solidário.
Só se não der trabalho,
se não correr riscos.
Só se for nas horas de folga.
Só se for quando possível.
Só se for nunca.
Mas que fique registrado:
Se for possível, serei solidário
Com o amigo chato que quer contar como está mal
como precisa de ajuda
como quer ser ouvido.
Se possível, serei solidário
com os perdidos no mundo das drogas
com os viciados
com os alcoólicos narcóticos anônimos
comigo mesmo.
Se possível serei solidário
com as crianças que correm soltas pelas ruas
e que desde sempre aprendem a roubar
matar
matar e roubar
roubar e matar
Coisas que detesto
se acontecerem comigo.
Se for com os outros, não é problema meu.
Se possível serei solidário
com os famintos
com os paupérrimos
com os desempregados
com os loucos
com os muitos que não têm o pouco que tenho.
Desde que
não invadam  minha privacidade.
Minha vida
Minha cidade.
E que não tomem
em demasia
Meu tempo.
Minha asia volta e serei solidário
Afinal
Comigo mesmo.
É o que me importa!

Um comentário:

Unknown disse...

Como disse Renato Russo: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão."

O pior é que parece que ninguém ta afim de mudar isso...viva a internet e solidão em massa...rsrsrs