21 de out. de 2007

A graça, de graça!

Perdi a graça!

Não sei em que canto da casa,

Nem sei se foi na rua

Ou em alguma praça.

Não sei se o vento levou

Ou se virou comida de traça.

Sei que perdi a graça.

Não a graça de viver

Que essa, se se perde

Morre-se!

Mas perdi outra graça.

Perdi a graça da poesia.

Perdi a graça da música.

Já não sei mais se o que escrevo

Tem algum sentido

Alguma verdade.

Se o que conto em poema

Deveria mesmo ser tema

De algo que se conte

Uma duas ou dez vezes...

Talvez eu a ache

Como outras vezes perdi

E achei.

Talvez

Por alguma razão desconhecida

Me sinta de novo impelido

E possa dizer coisas que tenham sentido

Talvez incorpore

Novamente

Aquele espírito amigo

Que outras vezes me fez escrever

Até lá,

Sigo aqui

Exercitando a gramática

Brincando com rimas

Achando palavras

Rachando lenha

Até que você venha

E me deixe repleto, completo.

De graça!

Um comentário:

Unknown disse...

Mas que desgraça, você tem que achar essa graça, senão a gente também fica sem graça...