Perdi a graça!
Não sei em que canto da casa,
Nem sei se foi na rua
Ou em alguma praça.
Não sei se o vento levou
Ou se virou comida de traça.
Sei que perdi a graça.
Não a graça de viver
Que essa, se se perde
Morre-se!
Mas perdi outra graça.
Perdi a graça da poesia.
Perdi a graça da música.
Já não sei mais se o que escrevo
Tem algum sentido
Alguma verdade.
Se o que conto em poema
Deveria mesmo ser tema
De algo que se conte
Uma duas ou dez vezes...
Talvez eu a ache
Como outras vezes perdi
E achei.
Talvez
Por alguma razão desconhecida
Me sinta de novo impelido
E possa dizer coisas que tenham sentido
Talvez incorpore
Novamente
Aquele espírito amigo
Que outras vezes me fez escrever
Até lá,
Sigo aqui
Exercitando a gramática
Brincando com rimas
Achando palavras
Rachando lenha
Até que você venha
E me deixe repleto, completo.
De graça!
Um comentário:
Mas que desgraça, você tem que achar essa graça, senão a gente também fica sem graça...
Postar um comentário